sexta-feira, 1 de abril de 2016

Catena Áurea de Santo Tomás e a desonestidade dos que não a sabem ler

"A mais grande desordem do espírito, é o acreditar nas coisas porque assim queremos que elas sejam e não pelo o que vemos que são" -Bossuet.

São João Crisóstomo, Santo Agostinho e São Jerônimo

Lê-se os seguintes comentários na Catena Áurea de Santo Tomás de Aquino sobre o Evangelho de São Mateus 7, 15-20, das árvores e dos frutos:

-São João Crisóstomo (in homiliae in Matthaeum, hom. 23,7):

"Para que ninguém diga que a árvore má produz maus frutos mas também produz os bons, e que por causa disso será difícil reconhecê-la a não ser provando os dois frutos, acrescenta: “Não pode a árvore boa ter maus frutos, nem a árvore má ter bons frutos”.

-Santo Agostinho (in de sermone Domini, 2, 24): 

“Não pode uma árvore boa produzir maus frutos”, nem o contrário. A árvore é o próprio homem. Os frutos são as ações do homem. Não pode, portanto, um homem mau fazer obras boas, nem um bom fazê-las más. Logo, se o mau quer obrar bem, é preciso que primeiro se faça bom. Enquanto alguém é mau, não pode fazer obras boas. Pode acontecer que o que foi ‘neve’ não o seja, mas não que a ‘neve’ seja quente. Assim, pode acontecer que alguém que foi mau não o seja, mas não se poderá conseguir que alguém que é mau faça coisas boas, pois, ainda que alguma vez seja útil, isto não é ele (o mau) quem faz, mas se realiza nele, fazendo-o a divina Providência."

Rábano:

"O homem se considera como árvore boa ou má, segundo sua vontade seja boa ou má. Os frutos são suas ações, que não podem ser boas quando são produtos de uma má vontade, nem más, quando o são de uma boa."
                                                                                                                        
Como se vê claramente, esses comentários estão a confirmar a divina doutrina de Nosso Senhor:

"Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos." (São Mateus VII, 17-18)

Doutrina santa! Ai de quem que violar um só "j" ou alterar uma só vírgula por seu bel-prazer!!!

Não obstante, vemos hoje bispos que se dizem "católicos" - mas que não passam de liberais disfarçados - defenderem exatamente o contrário do que diz o Evangelho; como Monsenhor Tomás de Aquino que diz: "Quando pecamos damos um fruto mau, apesar de não sermos necessariamente árvores más". Ou como Monsenhor Williamson: “… a árvore metade boa, metade má, pode dar frutos metade bons, metade maus” (Eleison 385).

Tais bispos são lobos em pele de cordeiro, que ensinam uma nova doutrina e que interpretam as Sagradas Escrituras contrariamente ao sentido mantido pela Santa Madre Igreja.

Que seriam deles se houvessem de morrer esta noite e comparecer no tribunal de Nosso Senhor para prestar-lhe contas? 

É também de dar vergonha alheia ver a obstinação e a desonestidade de seus ferrenhos defensores, que parecem estar dispostos a tudo para não se retratarem, a ponto de publicar uma pergunta de São Jerônimo, extraída do mesmo artigo da catena áurea de Santo Tomás, e usá-la como argumento contra as próprias palavras de Deus, omitindo – voluntariamente ou não – as citações mencionadas acima e outras tantas do mesmo texto que podem ser lidas neste link: http://www.mercaba.org/CATENA/Mt/07.htm.



Ora, a pergunta (e não afirmação) de São Jerônimo vem depois das respostas de Santo Agostinho e logo após a seguinte citação:

-Santo Agostinho, contra Iulianum 1, 13:

“Assim, como se sabe que da má vontade não pode brotar mais do que más ações (como acontece à árvore em relação a seus frutos), assim, de onde dirás que procede a própria vontade má se não porque a má vontade do anjo nasce do anjo, como a do homem nasce do próprio homem? O que eram esses dois antes que nascesse neles a má vontade senão uma obra perfeita de Deus e uma natureza digna de louvores? Eis por que dizemos que do bom nasce o mau, pois não tem de onde ter surgido a não ser do bom. Digo isso a respeito da própria má vontade, pois nenhum mal a precedeu. Não das obras más, porque elas não nascem a não ser de uma vontade má como de uma árvore má. Porém não provém a má vontade do bom – pois o bom foi feito pelo bom Deus – mas provém do nada, não de Deus.

São Jerônimo faz sua pergunta aos hereges que admitem em si mesmos duas naturezas contrárias - como ele próprio particulariza - e NÃO para contradizer ao próprio Santo Agostinho, a São João Crisóstomo... e ao mesmo Cristo! 

Mas parece que não sabem ler! Ou talvez seja a ânsia de defender o erro que os levam a publicar uma citação (omitindo as outras do mesmo texto) para usá-la como lhes convém; além ainda de errar o capítulo do Evangelho que é o 7 e não o 15 (sic!).

A soberba destes homens não têm limites. Depois de "corrigirem" o catecismo de São Pio X, agora se fazem de deuses e "corrigem" também ao mesmo Cristo, Nosso Senhor. Isso o que é, senão modernismo "puro" e "duro" ?

Aos seus seguidores: lamento, creio que estão sendo enganados.

Aos Católicos: permaneçamos Firmes e Dignos no combate por Cristo Rei, pois "toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo" (São Mateus VII, 19)


Thiago Maria,
Ipatinga, 01/04/2016.


0 comentários:

Postar um comentário