terça-feira, 5 de novembro de 2013

MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO - DIA 05


Relação com os mortos. 

Ocupemo-nos ainda hoje das relações íntimas que há entre nossa alma e as almas dos nossos mortos. «Nada mais triste, escreve Ozanam, nada mais desolador do que o vácuo aberto pela morte ao redor de nós. Eu conheci esse tormento depois da morte de minha mãe, porém durou pouco. Não tardaram a vir outros momentos em que entrei a compreender que não estava só, em que alguma coisa de suavidade infinita se passou dentro de mim: era como uma confiança de que não me haviam abandonado, era como uma vizinhança benfazeja, embora invisível; era como se uma alma estremecida, de passagem, me acariciasse com a ponte de suas asas. 

E, assim como outrora eu reconhecia os passos, a voz, a respiração de minha mãe; assim quando um bafejo aquecia ou reanimava minhas forças, — quando uma ideia nobre preponderava era meu espírito — quando um impulso generoso abalava minha vontade, logo me vinha o pensa-mento de que partia dela. 

Já se passaram dois anos, correu o tempo que dissipa todas as ilusões da imaginação perturbada, e experimento sempre a mesma coisa.

Quando pratico o bem, quando faço qualquer coisa pelos pobres, a quem minha mãe acudia tanto, quando estou em paz com Deus que ela servia bem, afigura-se-me que ela me sorri de longe.

Às vezes, ao rezar, julgo ouvir sua oração acompanhando a minha, como fazíamos juntos, à noite, aos pés do crucifixo. Finalmente, quando tenho a felicidade de comungar,quando o Salvador vem me visitar, parece-me que ela o segue a meu mísero coração, como tantas vezes seguia, levado em Viático, às casas dos indigentes».

Todo o coração amante e piedoso há de experimentar mais ou menos o que experimentava Ozanam, mas isto só acontece ao que tiver sido realmente piedoso, ao que amar sinceramente a Deus, ao que houver sido bom e dedicado enquanto viveram aqueles a quem chora! 

Só esse poderá dizer o que S. Jerônimo diz de Santa Paula: Nós a possuímos ainda conosco... Aquele que volta ao Senhor continua a fazer parte da família.

ORAÇÕES PARA CADA DIA DO MÊS

Em nome do Padre, e do Filho e do Espírito Santo. Amem.
Senhor, preparai e fortalecei nossos corações com a abundância de vossa graça, a fim de que, penetrando, em espírito de fé, caridade e compaixão, nas tristes prisões do Purgatório, possamos levar aos fiéis que nele sofrem os tesouros de su­frágios que dão alívio a seus padecimentos, glória à vossa divina Majestade, con­solação e paz a nossas almas.
V. Vinde, Senhor, em meu auxilio.
R. Deus, acudi em meu socorro.
V. Dai às almas o repouso, Senhor.
R. E da luz eterna o esplendor.
V. Descansem em paz.
R-. Amem.

ORAÇÃO: Ó Santa e Augustíssima Trindade! Ó Jesus! Ó Maria! Anjos benditos; Santos e Santas do Paraíso, alcançai-me as se­guintes graças que peço pelo Sangue de Jesus Cristo: Fazer sempre a vontade de Deus;
Viver estreitamente unido com Deus;
Pensar incessantemente em Deus;
Amar sobre todas as coisas a Deus;
Fazer tudo por Deus;
Procurar só a glória de Deus;
Fazer-me santo por amor de Deus;
Reconhecer minha miséria e o meu nada;
Conhecer cada vez mais a vontade de meu Deus.
Santa Maria, oferecei ao Eterno Padre o Sangue precioso de Jesus Cristo pela salvação de minha alma, pelas santas Almas do Purgatório, pelas necessidades da Santa Igreja, pela conversão dos pecado­res, pelo mundo inteiro. 

Salve Rainha - PELOS MORTOS
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, não só neste vala de lágrimas, porém ainda no lugar de nossa expiação, salve! A vós clamamos, Consoladora dos aflitos; a vós suspiramos, gemendo e chorando por nossos irmãos que sofrem no Purgatório. Esses vossos olhos misericordiosos volvei a eles, Advogada nossa; e mostrai-lhes Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Isto vos rogamos encarecidamente por eles, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria! Intercedei pelos mortos, Santa Mãe de Deus, para que entrem já no gozo das promessas de Cristo. Amem.

ORAÇÃO: Ó Jesus, abandonado de todos e até de vossos apóstolos no Jardim de Getsêmani, dignai-vos lançar os olhos de misericórdia sobre as almas do Purgatório, em particular sobre as que não recebem orações nem consolações e que, pelo decurso do tempo ou efeito de irreligiosidade e negligencia, estão esquecidas; fazei que participem das orações, santos sacrifícios, boas obras, cujo mérito não puder ser aplicado àqueles por quem a Igreja os oferta. Ah! Senhor, não terei eu abandonado, em um criminoso olvido, almas que tenham jus a meu reconhecimento, de parentes, de amigos, de benfeitores? Quero daqui em diante reparar tão grande ingratidão… Se conhecesse algum meio eficaz, por mais penoso que me fosse, empregá-lo-ia para aliviar essas pobres almas sem proteção no meio de um oceano de sofrimentos. Entretanto, eu me proponho fazer todos os sacrifícios que puder, e todo bem que fizer ofereço-vos à vossa glória pelas almas do Purgatório. em consideração de sua fé e esperança em vós, em consideração, principalmente, da agonia mortal e cruel abandono que sofrestes: dignai-vos, ó Jesus, remitir-lhes as penas que ainda têm de sofrer, a fim de que pos­sam ter livre entrada no reino eterno a que aspiram e onde celebrarão a grandeza ine­fável de um Deus que não desampara ninguém.


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Extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia

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