sexta-feira, 1 de novembro de 2013

MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO - DIA 01


MEDITAÇÃO : "A VÍGILIA DOS MORTOS"

A vigília dos mortos Acabo de ler a tocante denominação da festa de amanhã: Comemoração dos mortos, lembrança dos finados. 

A Igreja católica não quer que sejamos ingratos e esquecidos, e por isso criou esta festa das recordações, festa pia dos corações amantes. 


Sede bendita, Santa Igreja, que depois de nos terdes assistido até nossa hora derradeira e depois de nos haverdes cerrado os olhos, ainda cuidais de nós: trazendo-nos à lembrança daqueles que em vida tanto amamos, e dando-lhes os meios de nos aliviarem e até obrigando-os a pensar em nós! 

Os hereges abandonam os seus, quando a morte lhos arrebata: desde que cessam de vê-los, não se interessam mais por eles. Para os descrentes e hereges tudo se acabanessa hora: não podem oferecer mais nada a seus mortos e, se, no momento da separação, não ousam julgar admitido no céu o companheiro que perderam, desde logo cessou tudo, só lhes restam as lágrimas! 

Ah! as lágrimas são para os vivos, desafogam o coração, mas, sem as orações, as lágrimas de nada servem aos mortos. 

Sede, pois, bendita, Santa Igreja católica! Sede bendita por nos trazerdes, no meio das agitações de nossa vida material, como um eco de além-túmulo, esse grito tão tocante em sua simplicidade:

«Tende compaixão de nós, vós ao menos, ó amigos de outrora, porque a mão do Senhor se descarregou sobre nós.»

Sede bendita Santa Igreja católica, por nos dardes os meios de sermos úteis àqueles que Deus chamou a si.

Se a crença no Purgatório não existisse, o coração humano, pela voz de suas mais íntimas necessidades e de seus mais nobres instintos, o inventaria, fosse embora só para suavizar a morte e para fazer a luz na tristeza e no crepe dos funerais. Antigamente, em algumas comunidades religiosas, deixava-se desocupado na capela e no refeitório, durante quarenta dias, o lugar de um irmão que falecia: na capela faziam-se-lhe as saudações do costume, como se ele fôra presente; dava-se-lhe o ósculo de paz, e se dizia em sua direção o requiescant in pace do ofício coral. 

No refeitório serviam-lhe sua ração diária e e, todos os dias, acabada a refeição comum, vinha um pobre comê-la de joe-lhos, orando pelo finado.

Nós desejamos também, durante este mês, convidar-vos para o nosso lar, ó mortos queridos ! queremos ocupar-nos de vós, orar convosco, trabalhar convosco! Daremos igualmente aos pobres, pelo repouso de vossa alma, a parte que vos tocaria em nosso labor cotidiano.

ORAÇÕES PARA CADA DIA DO MÊS

Em nome do Padre, e do Filho e do Espírito Santo. Amem.
Senhor, preparai e fortalecei nossos corações com a abundância de vossa graça, a fim de que, penetrando, em espírito de fé, caridade e compaixão, nas tristes prisões do Purgatório, possamos levar aos fiéis que nele sofrem os tesouros de su­frágios que dão alívio a seus padecimentos, glória à vossa divina Majestade, con­solação e paz a nossas almas.
V. Vinde, Senhor, em meu auxilio.
R. Deus, acudi em meu socorro.
V. Dai às almas o repouso, Senhor.
R. E da luz eterna o esplendor.
V. Descansem em paz.
R-. Amem.

ORAÇÃO: Ó Santa e Augustíssima Trindade! Ó Jesus! Ó Maria! Anjos benditos; Santos e Santas do Paraíso, alcançai-me as se­guintes graças que peço pelo Sangue de Jesus Cristo: Fazer sempre a vontade de Deus;
Viver estreitamente unido com Deus;
Pensar incessantemente em Deus;
Amar sobre todas as coisas a Deus;
Fazer tudo por Deus;
Procurar só a glória de Deus;
Fazer-me santo por amor de Deus;
Reconhecer minha miséria e o meu nada;
Conhecer cada vez mais a vontade de meu Deus.
Santa Maria, oferecei ao Eterno Padre o Sangue precioso de Jesus Cristo pela salvação de minha alma, pelas santas Almas do Purgatório, pelas necessidades da Santa Igreja, pela conversão dos pecado­res, pelo mundo inteiro. 

Salve Rainha - PELOS MORTOS
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, não só neste vala de lágrimas, porém ainda no lugar de nossa expiação, salve! A vós clamamos, Consoladora dos aflitos; a vós suspiramos, gemendo e chorando por nossos irmãos que sofrem no Purgatório. Esses vossos olhos misericordiosos volvei a eles, Advogada nossa; e mostrai-lhes Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Isto vos rogamos encarecidamente por eles, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria! Intercedei pelos mortos, Santa Mãe de Deus, para que entrem já no gozo das promessas de Cristo. Amem.

ORAÇÃO: Ó Jesus, abandonado de todos e até de vossos apóstolos no Jardim de Getsêmani, dignai-vos lançar os olhos de misericórdia sobre as almas do Purgatório, em particular sobre as que não recebem orações nem consolações e que, pelo decurso do tempo ou efeito de irreligiosidade e negligencia, estão esquecidas; fazei que participem das orações, santos sacrifícios, boas obras, cujo mérito não puder ser aplicado àqueles por quem a Igreja os oferta. Ah! Senhor, não terei eu abandonado, em um criminoso olvido, almas que tenham jus a meu reconhecimento, de parentes, de amigos, de benfeitores? Quero daqui em diante reparar tão grande ingratidão… Se conhecesse algum meio eficaz, por mais penoso que me fosse, empregá-lo-ia para aliviar essas pobres almas sem proteção no meio de um oceano de sofrimentos. Entretanto, eu me proponho fazer todos os sacrifícios que puder, e todo bem que fizer ofereço-vos à vossa glória pelas almas do Purgatório. em consideração de sua fé e esperança em vós, em consideração, principalmente, da agonia mortal e cruel abandono que sofrestes: dignai-vos, ó Jesus, remitir-lhes as penas que ainda têm de sofrer, a fim de que pos­sam ter livre entrada no reino eterno a que aspiram e onde celebrarão a grandeza ine­fável de um Deus que não desampara ninguém.


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Extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia


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