quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sobre as condições para o católico apoiar um partido político


SPES

Tem-se-nos perguntado muito ultimamente quais as condições para que o católico possa apoiar um partido político. Parece-nos que sejam as seguintes:
1) Seu programa não deve ter nem a menor sombra de comunismo ou socialismo, mas tampouco de liberalismo: nenhuma defesa das ímpias liberdades impostas pela Revolução Francesa, como a de expressão pura e simples, ou seja, indiferente liberdade tanto para o certo e o bem como para o erro e o mal – o que já é em si e por si liberdade para o mal. Já não seria liberal a seguinte formulação: liberdade de expressão para a Verdade.
2) Resta porém definir o que é a Verdade. Podemo-la ver por dois ângulos, que de modo algum podem contradizer-se: a Verdade enquanto sobrenatural e a Verdade enquanto natural. E não podem contradizer-se porque ambos os aspectos têm por fonte a Deus mesmo, que justamente por ser Deus não pode de modo algum contradizer-se.
3) Pois bem, o ideal é que um partido político se ordene integralmente tanto à Lei Divina Positiva (encarnada na Igreja e representada por ela) quanto à Lei Natural (perfeitamente captável por cada um de nós, mediante a chamada sindérese, e que é como um selo da Lei Eterna impresso na alma humana). A um partido assim (como, por exemplo, ao liderado pelo Presidente García Moreno no Equador, no século XIX) o apoio do católico há ser irrestrito – trata-se então de uma obrigação.
4) Pode haver porém partidos – como a antiga Action Française, liderada por Charles Maurras – que se oponham firmemente ao liberalismo, defendam a Lei Natural e, embora não se ordenem estritamente à Lei Divina Positiva, ao menos defendam grandemente a Igreja. A partidos assim, naturalmente, o católico pode apoiar mais ou menos integralmente, estando porém obrigado a deixar claro que tudo no mundo, incluídos estes mesmos partidos, deveriam ordenar-se de todo a Cristo Rei.
5) Não se confunda, todavia, tudo quanto se disse até agora com o voto (não apoio) a este ou aquele candidato menos indigno, ou seja, que possa beneficiar de alguma maneira a Lei Natural e/ou a Igreja, em contraposição a partidos e/ou candidatos que as ofendam grande e gravemente. Foi o que disse São Pio X aos católicos italianos. Mas, insista-se, não se trata de apoio.
6) No Brasil, por exemplo, nas últimas eleições presidenciais, havia algum candidato ou partido que se enquadrasse no item 3 ou no item 4 acima? De modo algum. Todos estavam igualmente alinhados com a chamada “agenda global”, nome eufemístico para designar o que governa hoje o mundo e que visa (ainda que inconscientemente) a nada menos que preparar a vinda do Anticristo: o amálgama de liberalismo e de comunismo em torno do apocalíptico “É Proibido Proibir” (do Maio de 68 francês). Nas eleições em questão, portanto, estávamos convictos de que tão só o voto nulo era conveniente e condizentemente católico.           

0 comentários:

Postar um comentário